Muitas pessoas ainda confundem o movimento feminista e o sagrado feminino. Vamos esclarecer isso?

 

 

Feminismo (do latim femĭna, significa “mulher”) é um conceito que surge no século XIX, o qual se desenvolveu como movimento filosófico, social e político.

O MOVIMENTO FEMINISTA é um movimento político-social que envolve questões de direito, proteção e luta de mulheres numa sociedade patriarcal extremamente machista e preconceituosa.  Sua principal caraterística é a luta pela igualdade de gêneros e a participação da mulher na sociedade.

Não podemos esquecer que grande parte da nossa cultura está alicerçada numa sociedade patriarcal, pautada na dominação masculina. Dominação forjada força física e pelo medo.

O homem, além de ser o membro mais importante da família, desde muito tempo, tem sido o foco principal. Ele é aquele que possui privilégios em relação às mulheres, chamadas equivocadamente de “sexo frágil”. Apesar de agora, séc. XXI, a mulher ter mais direitos, e ser reconhecida como cidadã, ( antes do movimento feminino não era), ainda existe uma longa caminhada.

 

 

SAGRADO FEMININO – é um movimento energético e espiritual. Onde mulheres buscam uma mudança interna. No sagrado feminino, mulheres de todas as idades buscam reconectar ou despertar a essência feminina que, deixamos de lado para nos adequar ao que nos pede a sociedade patriarcal. No sagrado feminino nos “assumimos” perante nos mesmas (primeiro) e para sociedade que somos mulheres, somos cíclicas, emocionais, sensíveis, psíquicas, intuitiva. E esta tudo bem. É assim mesmo devemos ser.

No sagrado feminino, não odiamos os homens,

* Não estou dizendo todas as feministas odeiam nem que no SF ninguém odeia, estou dizendo que é comum ver comentários ofensivos sobre o sexo masculino com mais frequência entre as feministas do que entre as praticantes do sagrado feminino. Sem falar que com uma pesquisa rápida conseguimos achar ”guardiãs e praticantes” do SF com comentários ofensivos. Isso não faz parte do Sagrado Feminino. *

Não  devemos tentar excluir, nem tentar sufocar nossa essência masculina. O que buscamos é um equilíbrio entre nossa energia masculina e feminina. A energia masculina é essencial na mulher assim como a feminina.

 

 Inclusive existe guardiãs de círculos que trabalham em grupo no despertar do sagrado feminino em homens, homens que sabem da importância desse equilíbrio, e buscam isso, assim como tem mulheres que trabalham o despertar do sagrado masculino em mulheres.

Temos que ter em mente que assim como a energia masculina em excesso não é saudável, (vide mundo atual), a feminina também não será nada boa em excesso. O mundo precisa de um equilíbrio.

 

 

Ao contrario do que muitos pensam, sagrado feminino não é uma religião derivada da Wicca, (nem de religião nenhuma) ou baseada em bruxaria. Sagrado feminino é uma filosofia de vida.

Pratica-se  rituais as deusas na maioria de grupos de mulheres, pois uma das formas mais poderosas de despertar nossa essência feminina é reconectando com a Mãe Divina.

As mulheres são mágicas. É a nossa natureza. Desde nossas ancestrais prestando cultos e fazendo rituais as deusas, ate os dias de hoje. De bruxas pagãs às benzedeiras cristãs. Faz parte do “ser mulher”. É da natureza feminina estar mais conectadas ao plano espiritual. Afinal, somos um portal entre o plano espiritual e o plano físico.

Apesar da conexão inegável da mulher com a Deusa, qualquer mulher, de qualquer religião ou de nenhuma delas pode praticar o sagrado feminino. Fazem isso buscando figuras míticas cristãs (desde que sejam figuras femininas como as Nossas Senhoras, M. Madalena, e tantas mulheres notáveis da bíblia.), ou vendo as deusas antigas como arquétipos femininos, e recuperando  conhecimentos e honrando as ancestrais para as mulheres ateias.

Há mulheres que misturam tudo. Deusas pagãs, mulheres míticas cristãs, Deusas como arquétipos e ancestrais. Tudo depende do conhecimento e da mente aberta dessas mulheres.

Eu por exemplo, aprendia a trabalhas de todas as formas citadas acima mas, escolhi trabalhar na reconexão com as Deusas Pagãs. Além de motivos particulares (qualquer dia eu conto haha), Como bruxa, não conseguiria de outra forma. Pelo menos não agora.

Mulheres do movimento feminista pode praticar o sagrado feminino?

Claro que sim, e vice versa. No sagrado feminino também buscamos cura para abusos vividos, sejam esses abusos vindo de fora, ( pai, namorado, marido amante, ou mães, irmãs namoradas, esposas) ou abusos vindo de “dentro”, quando não respeitamos nossos limites, e nossa essência feminina.

 

 Muitas mulheres do movimento feminista sofreram abusos, normalmente externo, e decidiram lutar para que outras mulheres não passem pelo que elas passaram. Algumas encontram a cura no próprio movimento feminista, outras não. Essas podem (e devem na minha opinião) buscar auxilio no sagrado feminino.

Para finalizar, existe algo fundamental no sagrado feminino. A sororidade.

Dentro do sagrado feminino, nos enxergamos como Soror, ou seja, como irmãs.

Não deve existir competição entre mulheres dentro do sagrado feminino (nem fora na verdade).

A sociedade patriarcal nos fez acreditar que somos rivais, que mulheres não dever ser amigas e que não somos confiáveis.

Isso porque mulheres são poderosas, unidas, são invencíveis. De verdade. Eles sabiam, por isso foram por anos e anos a fio implantando crenças de que mulheres são inimigas, incutindo medo.

Esse é um assunto muito extenso, e vou falar sobre em breve. Só deve ficar claro que: não somos rivais. Devemos nos unir, nos amar como irmãs, nos respeitar como mulheres e nos apoiar sempre. SORORIDADE.

 

*algumas mulheres no movimento feminista tem raiva do homem, e é totalmente compreensível (embora não seja saudável). Muitas foram mal tratadas, espancadas humilhada por homens. Outras tem raiva pelo fato dos homens terem criado o sistema patriarcal. Mas uma coisa importante não pode NUNCA ser esquecida.

O HOMEM CRIOU O SISTEMA PATRIARCAL, MAS É A MULHER QUE O MANTEVE VIVO.

Mulheres que criam suas filhas, para serem mulheres de família. A obrigatoriedade de casar, ter filhos, cuidar da casa, porque esse é o papel da mulher.

Mulheres que não ensinam suas filha o quão sagradas são (muitas vezes elas próprias não sabem).

Ensinam que seu sangue menstrual é sujo, que a menstruação e um fardo, muitas tem como uma maldição. Que sexo é pecado, que a mulher é a responsável se um homem pecar.

 Que a mulher é responsável pelo sofrimento do mundo. (Eva, a serpente e a maçã).

Mulheres que julgam outras mulheres, pelo que elas vestem, por como falam, ou simplesmente pelo fato de ser mulher.

São essas mulheres que alimentam o patriarcado e mantém ele vivo e forte.

Quantas mulheres assim vocês conhecem?

Eu fui criada por mulheres assim, e fui uma dessas mulheres por um bom tempo.

Não tinha noção do que estava fazendo, mas fazia.

Então será que ter raiva dos homens no geral¹, e culpa-los por todas as suas mazelas é o certo?

Entende onde eu quero chegar? A mulher é tão responsável pelo sistema patriarcal quanto os homens.

 

Deixem suas opiniões nos comentários…

Namasté!

 

¹- Ter raiva de homens específicos tudo bem kkkk, mas ter raiva do gênero masculino não é legal pra você nem pra ninguém.

 

 

Texto de Juh Rosan